La Chascona e os amores de Neruda
“Foi emocionante conhecer o lugar onde o poeta viveu na década de 50 com Matilde, grande amor de sua vida. Me chamou a atenção como o ambiente traduz a personalidade excêntrica do poeta. Lá estão vários objetos pessoais do poeta, como livros e cartas (do período pré-ditadura de Pinochet) e manuscritos dos seus poemas”.
A casa foi construída em 1953, e há quem diga que o objetivo era para os encontros secretos de Neruda com sua amante e futura esposa, Urrutia. Por causa de seu cabelo ruivo esvoaçante, a casa foi chamada de La Chascona, ou A Descabelada, na linguagem indígena. Construída com a forma de um navio, foi toda decorada pelos então namorados, desde os móveis até as flores do jardim. Foi nesta casa que Neruda viu Allende sofrer um golpe militar, o que prejudicou ainda mais a sua saúde. Hoje a casa se tornou um Museu dedicado ao escritor, mantendo os móveis e os artigos de decoração que foram acumulados durantes os anos como diplomata. É possível ver o Nobel de Literatura e o quadro pintado por Diego Rivera em homenagem ao escritor. Localizada no boêmio bairro do Bellavista, está próxima a um dos restaurantes preferidos do poeta, o Venezia.
Outro ótimo passeio é conhecer o Parque Florestal. Construído em um espaço entre o Rio Mapocho e a Alameda é um lugar repleto de árvores, banquinhos e muito frequentado pela população. Foi neste parque que Pablo Neruda conheceu Matilde Urrutia. É ainda caminho para três pontos turísticos da cidade, O Mercado Central, La Vega e o Museu de Bellas Artes. São cinco quarteirões de muita história, cultura e belezas naturais em meio ao centro movimentado de Santiago.
Neruda e a gastronomia
Pablo Neruda era grande amante da culinária, não atoa escreveu poemas como o “Ode ao caldillo de congrio”, e o Venezia era um de seus locais preferidos. Inspirado na cozinha chilena, o próprio cardápio já lhe dá motivos para escolher o Venezia como ponto de parada para um almoço tradicional. Os clássicos nacionais podem ser experimentados, como o peixe frito com salada chilena, a cazuela chilena e ainda o lomo a lo pobre.
Com um cardápio totalmente temático, inspirado no poeta chileno, o chef Carlo von Muhlenbrock abriu em 2013 o Osadia. “Ode à Cebola”, “Ode à Alcachofra” e “Ode ao Milho” são apenas alguns dos poemas escritos em homenagem aos ingredientes que tanto gostava. No restaurante, o cardápio contém pratos com trechos de versos do poeta, como a Caçarola de Milho em Cama da Pacífica Pasta de Coração Verde, sendo “pacífica pasta de coração verde” uma referência à alcachofra. A poesia de Neruda caminha ainda pela sopa da casa, ou como se chama, Caldo de Congro Gigante de Nevada Carne. O prato principal é o Carré de Cordeiro Aromatizado a Lenha e Sal que Canta, acompanhado de Tomates Assados ao Alho e Talos da Redonda Rosa d'Água, em que a “redonda rosa d'água” se refere à cebola.
